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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

É carnaval, caem as máscaras...

A palavra carnaval vem do latim 'CarnisValles' que significa prazeres da carne...
E carne é o que não falta no carnaval brasileiro, é um grande palco exibicionista de homens e mulheres, que se apresentam em vestes minímas ao ritmo cadenciado do samba.
Esta também é a época escolhida por muitos para fantasiar-se ou realizar suas fantasias mais secretas, e por a culpa no carnaval...
Nesta festa caem as máscaras! 
E por quatro dias vemos homens e mulheres responsáveis e austeros, que por 361 dias vivem suas rotinas de trabalho e responsabilidade, entregar-se à folia.
Paixões arrebatadoras acontecem durante esse dias - algumas perduram até por toda a vida, no entanto muitas outras são esquecidas já na quarta-feira de cinzas.
O carnaval é muito intenso...
É uma festa comportamental, onde observa-se a verdadeira natureza humana.
De norte a sul do país pode-se citar várias manifestações culturais: de Pernambuco vem o frevo, o maracatu, os bonecos gigantes de Olinda e o tradicional Galo da madrugada de Recife (que é considerado o maior bloco de carnaval do mundo);  da Bahia vem o Axé (com os trios elétricos), o Afoxé e os blocos Afros; do Maranhão vem as bandinhas e as charangas. Já no Rio Janeiro e São paulo, temos a grande indústria carnavalesca, com os grandes desfiles de escolas de samba. Ainda temos de ressaltar a folia de rua, e os bailes tradicionais - onde Pierrôs e Colombinas retomam os velhos carnavais.
Mas estou aqui para falar da poesia que podemos encontrar no carnaval, daí então cito o saudoso Joãozinho Trinta,  falecido em 17 de dezembro do ano que passou. Este maranhense fez história no carnaval brasileiro levando para a avenida verdadeiras obras de arte. Joãozinho traduzia seus enredos em forma de fantasias e alegorias e, estas por sua vez, sempre encheram os olhos do público com sua beleza e maestria.
Joãozinho Trinta é um dos grandes poetas do carnaval.
E dele temos a pérola:
- O povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual...
E já que o carnaval vem encantando o povo a tanto tempo, vou citar Chiquinha Gonzaga, a autora da primeira marchinha carnavalesca (Ô abre alas, de 1899).
Carioca, compositora, pianista e regente brasileira; já teve sua vida retratada em minissérie protagonizada por Regina Duarte.
Chiquinha foi a primeira chorona, ou seja, pianista de choro. Desde criança mostrava seu interesse pela música e por ela fez-se disposta a romper as barreiras do preconceito de sua época, uma sociedade machista. Mãe de quatro filhos, três do primeiro casamento com o oficial de Marinha, Jacinto Ribeiro e a caçula Alice, do reencontro com um grande amor da juventude, João Batista. 
Apesar de ter sempre estado presente na vida de seus filhos, somente João Gualberto, o primogênito foi criado por Chiquinha, que apesar de lutar muito pelos demais, foi impedida pelos respectivos pais de ter a guarda dos outros.
Apesar de todas as dificuldades, Chiquinha Gonzaga estava predestinada a brilhar, dedicara-se assim inteiramente a música e tornara-se a primeira mulher a reger uma orquestra.
Grande compositora, lutou pelos direitos autorais, fundou a Sociedade Brasileira dos autores teatrais - SBAT. Participando ativamente da campanha abolicionista e da Proclamação da República
Aos 52 anos, Chiquinha reencontrou o amor em um jovem de 16 anos; apaixonados e temendo o preconceito a esta paixão; Chiquinha e João Batista (ou Joãozinho) decidiram fingir a adoção do rapaz evitando um escândalo que afetasse sua relação com os filhos ou sua carreira. E em seguida mudaram-se para Lisboa, onde puderam entregar-se ao amor. Os filhos aos poucos compreenderam a força desse relacionamento, aceitando-o. 
Chiquinha retornou ao brasil e aqui viveu até o falecimento as vésperas do carnaval de 1935, ao lado de seu grande companheiro e amante João Lage.

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