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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Machado de Assis, o homem que contrariou o óbvio!

"Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio a minha saudade, como um dever do meu amor; e quando houver em ti um eco de saudade, beija estes verso que escrevi chorando" 


Joaquim Maria Machado de Assis, quem não reconhece neste nome a maior figura literária brasileira.
Aos 21 de julho de 1839, no morro do livramento no Rio de Janeiro, filho de um pintor, Francisco José e de uma lavadeira, Maria Leopoldina, analfabetos, nasceu o mulato Machadinho, em anos de escravidão no país; desde cedo teve de superar os obstáculos criados pela vida, sofrera preconceito pela cor, sua saúde era frágil, nascera epilético e gago. Ainda na primeira infância ficara órfão de mãe, e anos depois, aos 12 anos, foi o pai a quem a morte levou, então passou a viver sob a proteção da madrasta, Maria Inês uma doceira, logo foi levado a trabalhar vendendo doces na porta de uma escola, a qual nunca pudera frequentar.
Machado de Assis tinha tudo contra si, mas aquele não era o destino que lhe cabia. Um grande talento estava guardado nele...
Na escola mal estudou o primário, aprendeu latim com o padre e amigo Silveira Sarmento e a língua francesa com um padeiro imigrante. Desta maneira, como autodidata,  reuniu no decorrer dos anos os conhecimentos que o levaram a ocupar a posição de maior nome da literatura nacional.
Aos 16 anos, Machado de Assis publicou seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela" na revista Marmota Fluminense, aos 17 anos consegue emprego como tipógrafo na Gráfica Nacional e passa a escrever em suas horas de folga. Já como colaborador da Livraria Paula Brito, passa a tratar com os grandes nomes da literatura da época, construindo com eles seu círculo de amizades. Machado busca ampliar seus horizontes, passa a frequentar o teatro e outros meios artísticos. Permaneceu na imprensa oficial de 1856 a 1858, após esse período é convidado como colaborador do Correio Mercantil, pelo poeta Francisco Otaviano. Em 1859 estreia no teatro assinando o texto de Pipelet, ópera.
Aos 21 anos, Machado era uma personalidade conhecida nas rodas intelectuais cariocas. A partir de então passou a agregar experiência nos mais diversos ambientes do universo cultural. Foi repórter e jornalistas, promoveu saraus, sobe a escala funcional como burocrata e, no mesmo ano é nomeado por D. Pedro II como diretor-assistente do Diário Oficial, é lançado candidato a deputado pelo Partido Liberal, candidatura que retira por seu comprometimento com as letras; após nova ajuda por parte do Imperador, em 1888 é condecorado oficial da Ordem da Rosa. O menino Machadinho subira na vida, galgou espaços na sociedade, nascido no morro passou a viver no bairro do Catete, ele era um homem de letras, possuidor de um cargo público que lhe abastava os rendimentos.
Em 1869 casa-se com Carolina Augusta, passando por cima do preconceito da família da noiva, que não o aceitava por ser mulato. Ela, uma mulher culta, apresenta a Machado de Assis clássicos portugueses e de vários autores ingleses. Mudaram-se do Catete para o Cosme Velho, sua residência mais famosa. Por 35 anos eles desfrutaram de uma união feliz, mas sem filhos. Carolina deixou Machado aos 70 anos, sua morte abalou profundamente ao escritor. Dedicou-lhe o soneto Carolina, que posteriormente, segundo Manuel Bandeira vem a ser uma das peças mais comoventes da literatura brasileira.
A obra de Machado de Assis divide-se em duas fases, o romantismo, onde os temas eram o amor e relacionamentos amorosos; desta fase destacam-se: o seu primeiro livro, Ressurreição (1872); A Mão e Luva (1874); Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
A outra fase, realista, faz uma análise profunda e realista do ser humano, onde destaca suas necessidades, defeitos e qualidades. Os destaques desta fase são: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).
Ele também dedicou-se aos contos (sendo os mais conhecidos: O Alienista, Missa do Galo e o Espelho); poemas, crônicas, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.
Machado foi ainda um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897, eleito unanimemente como seu primeiro presidente, neste mesmo ano.
Nos últimos anos de vida, após a morte de sua companheira Carolina, Machado foi tomado por uma profunda depressão, no entanto mesmo abalado mantinha-se trabalhando, lendo, estudando e ainda frequentando algumas rodas de amigos.
Em 1908, no dia 29 de setembro, Machado de Assis morrera aos 69 anos, vítima de uma úlcera cancerosa, na boca. Em sua companhia nesta fatídica noite estavam grandes amigos, que atestaram sua lucidez, em cartas escritas para estes de próprio punho, contrariando assim o registro de óbito que atestava que Machado morrera de arteriosclerose generalizada, incluindo esclerose cerebral, o que figura questionável para estes que se fizeram presentes nos últimos momentos, e tiveram provas de sua lucidez pelas cartas endereçadas aos mesmos.
Hoje sua obra é fundamental ao estudo da literatura brasileira, cabendo a ele, a posição incontestável de maior escritor brasileiro.

Fonte de pesquisa:
Wikipédia ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis )
e o Pensador: ( http://pensador.uol.com.br/autor/machado_de_assis/ )






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