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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PAPEL EM BRANCO



Eis o papel,
continua em branco,
pois as palavras insistem em fugir de mim,
nesta confusão mental que desonra minha inspiração,
macula minha alma e me lança
n'um abismo de mágoa e desilusão

Meu coração sangra sem teu amor
e a solidão impiedosa avança sobre mim célere
como uma cascata de pesares,
banha-me,
líquidos lutuosos encharcam meu corpo
e enegrecem minha vida

Tantos versos poderia retirar desta dor
e transformar em poesia o que agora é dissabor

Meus olhos fervem em lágrimas
espasmos intensos dobram-me ao chão
teu corpo já abandonou minha pele
tua presença agora não é mais que uma sombra
que assombra meu dia e o torna vão

De minhas mãos tremulas só brotam riscos e rabiscos
nada que se faça belo surge nesta folha de caderno...
Pois aquilo que foi vivido,
o que não poderia ser esquecido
não quer aqui ser impresso

Pobres versos, que nenhuma dor expressam
seja do amor perdido ou de um sentimento traído

Hoje não sou mais um amante
e sim, um parco poeta mendicante
que ousa desafiar com caneta e papel
a injusta condição,
de fazer poesia seguindo a intuição.

By : Janna Teixeira 

"Escrever é deixar uma marca. É impor ao papel em branco um sinal permanente, é capturar um instante em forma de palavra" (Margaret Atwood) 
















5 comentários:

  1. Lindo poema amiga !
    Não me canso de falar que sou sua fã !

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  2. A hora em que o momento é forte,as palavras fogem,o som silencia sua magia...!belo poema!
    bj

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    Respostas
    1. Bjs Victor, é um prazer recebê-lo em minhas poesias

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  3. Palavras, nada mais dizem,
    que uma folha em branco.

    Belo poema

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