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segunda-feira, 30 de abril de 2012

TRABALHA DOR...



Esta semana estaremos comemorando no dia 1º de maio o Dia do trabalho, ou é o Dia do trabalhador?
Pois o trabalho se refere ao ato de trabalhar, a ocupação, a labuta... O trabalhador é aquele que realiza esta ação, e nesse ponto é claro que o homenageado do dia é o trabalho. Ao trabalhador resta aproveitar o feriado  para finalmente descansar de uma carga horária fatigante ou quiçá, aliar-se a outras centenas ou milhares de companheiros trabalhadores para protestar, chamar para si, mesmo que por um breve momento, a atenção de uma sociedade que desrespeita sua mão de obra.
As centrais sindicais comemoram, homenageiam, abrem espaço para manifestações... Mas no dia-a-dia, a realidade dessas representações deixam muito a desejar para aqueles que necessitam de sua força e voz.
O governo tenta maquiar a realidade de sofrimento do trabalhador assalariado, lhe oferecendo neste data festas por todo o país, mas no final do dia ao terminar cada uma dessas celebrações aquele homem ou mulher retornará a sua casa, dando de cara com a realidade de seu cotidiano... Eles trabalham e não conseguem garantir as condições básicas para uma vida digna, falta-lhes alimentação, moradia, saúde... O lazer, o governo  acabou de ofertar naquela festa comemorativa, é esta a fatia que lhes cabe!
E os patrões, aqueles que enriquecem, comem em restaurantes caríssimos, viajam pelo país ou exterior, tem um carro do ano importado, vestem-se com a melhores marcas, dispõem de uma rede de saúde privada e etc... Dos patrões, qual é a homenagem prestada ao trabalhador? Resposta: (???)
Estes sequer tentam enganar ou mascarar a exploração humana, não existe tributo algum para os que levam suas indústrias e comércios no lombo, a não ser a carga tributária (os impostos)...
Enquanto um trabalhador assalariado recebe por mês menos de R$ 622,00 (que é o salário minimo antes dos descontos), por 222 dias úteis de trabalho anual (tirando as férias e excluindo sábados e domingos); um político ganha 20, 30, 40, 50 vezes esse valor (alguns 100,200,300,400 ... vezes, dependendo das propinas), além disso a conta aumenta quando computamos os benefícios com moradia, saúde, transporte, entre outros; sendo que estes "trabalham" somente 150 dias anualmente... E ainda assim muitos faltam às sessões, licenciam-se do cargo e recebem sem exercer a função para qual os elegemos... Esses homens são eleitos e pagos, por estes trabalhadores, para que lutem por melhores condições de vida ao cidadão. Está sobre eles a esperança de um país com menos desigualdades e no entanto, quando entra em votação qualquer lei ou discussão sobre reajuste salarial, que venha em beneficio aos menos favorecidos, eles que deveriam facilitar, dificultam, barram, impugnam...
E a grande maioria da população segue sua vida, agradecendo por ter um trabalho, por pelo menos ter no final do mês, aquele minimo salário nas mãos... Esse trabalhador sorteia contas, desvia-se das dificuldades, satisfaz-se com o arroz e feijão de cada dia (modo de falar, pois com o feijão no preço que está, sumiu do prato do assalariado faz tempo), encara diariamente o desconforto do transporte coletivo, convive com a insegurança dentro e fora de casa, dribla o preconceito, acorda com o raiar do dia e entrega-se ao cansaço no final dele. Ao trabalhador restou trabalhar a dor... A dor de ver os filhos pedirem e não receberem... A dor de sentir-se humilhado por comprar e não poder pagar... A dor de sequer ter um nome limpo para comprar... A dor de esforçar-se ao máximo para cumprir suas funções e sofrer assédio moral no trabalho... A dor de ficar doente, de não ter forças para seguir e ter de fazê-lo mesmo assim... A dor de ter nascido homem e ser tratado como bicho...
A verdadeira homenagem ao trabalhador estaria no respeito a ele dedicado, nas melhores condições de vida, num transporte digno, em uma carga horária de trabalho que seu corpo suportasse, em um pagamento que correspondesse ao seu esforço, em uma alimentação que o satisfizesse, em uma educação para os filhos que lhe tranquilizasse, em uma expectativa de futuro, que para muitos hoje não há, já que vivem uma escravidão assalariada...





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